sexta-feira, dezembro 29, 2006

O Professor Jacinto Rodrigues apresenta o Padre Himalaya


Numa curta entrevista de cerca de cinco minutos, o Professor Jacinto Rodrigues, em entrevista à 66TV (televisão dos Pirinéus orientais) fala da vida e obra do Padre Himalaya... Para visualizar basta "clicar" na imagem que ilustra este artigo.
Recordo que
aqui (clicar) havíamos falado no Padre Himalaya e publicado uma entrevista que o Professor Jacinto Rodrigues facultou ao Portal das Energias Renováveis.
Quanto à imagem, trata-se do "Pyrheliophero", pioneira máquina solar com que em 1904 o Padre Himalaya recebeu o Grande Prémio da Exposição Universal de St. Louis, nos Estados Unidos da América.
(Fotografia obtida do livro "A Conspiração Solar do Padre Himalaya" de Jacinto Rodrigues, Porto, Edição da Cooperativa Árvore, 1999)

sexta-feira, dezembro 15, 2006

"Glosa de Natal"...


Para além de ser absolutamente imprescindível pensar (ou repensar) a época natalícia e os impactos que ela tem neste nosso mundo cada vez mais vilependiado, talvez também não seja mau recordar que, afinal, o personagem cujo nascimento agora mais uma vez se venera, era palestiniano, descendente de judeus... e pobre. Não me consigo, assim, impedir de publicar o maravilhoso texto de Marguerite Yourcenar, intitulado precisamente:

"Glosa de Natal"
“A estação dos Natais comercializados chegou. Para quase toda a gente - fora os miseráveis, o que faz muitas excepções - é uma paragem quente e clara no Inverno cinzento. Para a maioria dos celebrantes de hoje, a grande festa cristã fica limitada a dois grandes ritos: comprar, de maneira mais ou menos compulsiva, objectos úteis ou não, e empanturrar-se a si e às pessoas da sua intimidade, numa mistura indestrinçável de sentimentos em que entram igualmente a vontade de dar prazer, a ostentação e a necessidade de se divertir. E não esqueçamos os pinheiros, símbolos antiquíssimos que são da perenidade do mundo vegetal, sempre verdes, trazidos da floresta para acabarem morrendo ao calor dos fogões, e os teleféricos despejando esquiadores na neve inviolada.
Embora não sendo nem católica (excepto de nascimento e de tradição), nem protestante (excepto por algumas leituras e influências de alguns exemplos), nem mesmo cristã no sentido pleno do termo, nem por isso me sinto menos levada a celebrar esta festa tão rica de significados e seu cortejo de festas menores, o São Nicolau e a Santa Lúcia do Norte, a Candelária e os Reis. Mas limitemo-nos ao Natal, esta festa que é de nós todos. Trata-se de um nascimento, de um nascimento como todos deveriam ser, o de uma criança esperada com amor e respeito, trazendo em si a esperança do mundo. Trata-se dos pobres: uma velha balada francesa canta Maria e José procurando timidamente em Belém uma hospedaria para as suas posses, sempre desprezados em favor de clientes mais ricos e reluzentes e por fim insultados por um patrão que «detesta a pobralhada». É a festa dos homens de boa vontade, como dizia uma admirável fórmula que infelizmente já nem sempre se encontra nas versões modernas dos Evangelhos, desde a serva surda-muda dos cantos da Idade Média que ajudou Maria no parto até ao José aquecendo as fraldas do recém-nascido diante de um pequeno fogo, aos pastores cobertos de sebo mas julgados dignos da visita dos anjos. É a festa de uma raça tantas vezes desprezada e perseguida, porque é judeu o recém-nascido do grande mito cristão (falo de mito com respeito, e emprego a palavra no sentido dos etnólogos modernos, significando as grandes verdades que nos ultrapassam e de que precisamos para viver).
É a festa dos animais que participam no mistério sagrado desta noite, maravilhoso símbolo de que São Francisco e alguns outros santos sentiram a importância, mas que os cristãos comuns desprezam, não procurando neles inspiração. É a festa da comunidade humana, porque é, ou será dentro de dias, a dos três Reis cuja lenda quis que um fosse preto, alegoria viva de todas as raças da Terra levando ao menino a variedade dos seus dons. É a festa da alegria, mas também da dor, pois que a criança adorada será amanhã o Homem das Dores. É enfim a festa da própria Terra, que nos ícones da Europa de Leste vemos tantas vezes prosternada à entrada da gruta onde o Menino nasceu, a mesma Terra que na sua marcha atravessa neste momento o ponto do solstício de Inverno e nos arrasta a todos para a Primavera. Por esta razão, antes que a Igreja tivesse fixado o nascimento de cristo nesta data, ela era já, nos tempos antigos, a festa do Sol.
Parece que não é mau lembrar estas coisas que toda a gente sabe e que tantos esquecem.”

Marguerite Yourcenar em: “ O tempo esse grande escultor” - 1976

(Para ver algumas soluções para "um Natal mais cristão" clicar na imagem e aceder a www.buynothingchristmas.org)

segunda-feira, dezembro 04, 2006

IX Congresso Luso-Afro-Brasileiro


Em torno do IX Congresso Luso-Afro-Brasileiro, que decorreu em Luanda entre os passados dias 28 a 30 de Novembro, nasceu o "blogue" "Esteira do Ambiente", para o qual passamos a partir deste momento a fazer uma ligação. O primeiro texto a dar o mote, chama-se "Um colibri em cada lugar" e nasceu da colaboração dos vários intervenientes no painel "Ecologia e Meio Ambiente" deste Congresso.