quarta-feira, dezembro 21, 2005

Sustentabilidade e Eficiência Energética na Arquitectura e Construção

A Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos promove um seminário sobre "Sustentabilidade e Eficiência Energética na Arquitectura e Construção".
O seminário decorrerá entre os dias 19 e 28 de Janeiro de 2006, no Espaço Cubo, em Lisboa. No dia 19, pelas 16h45, o Professor Doutor Jacinto Rodrigues irá fazer uma palestra sobre o «Padre Himalaya e o Desenvolvimento Ecologicamente Sustentável». Seguidamente será apresentado o filme documentário «A Conspiração Solar do Padre Himalaya». Para mais informações clique
aqui.

Aprender em Curitiba

(Uma experiência urbana no brasileiro estado do Paraná, que faz fronteira com o Paraguai e com a Argentina)

Curitiba, capital do Estado do Paraná, tem quase um milhão e meio de habitantes. A sua situação geo-estratégica coloca-a num lugar privilegiado.
O Estado do Paraná faz fronteira com o Paraguai e com a Argentina.
Para além de ter uma boa abertura fronteiriça com esses países, Curitiba encontra-se numa situação específica onde, num raio de 1300 Km, estão situados os maiores pólos económicos do Brasil, ficando assim situada no centro da região mais industrializada da América do Sul. Mas, ao mesmo tempo, o Estado do Paraná confina com uma das maiores e mais belas reservas naturais: as espectaculares cataratas de Iguazú.
A experiência de Curitiba nada tem a ver com uma "utopia" ecológica desligada da envolvente social brasileira. Não é portanto um "modelo" fechado que vive por exclusão esquizofrénica da restante realidade brasileira.Contudo, contendo no seio da sociedade-cidade todos os contrastes e contradições da sociedade brasileira (a pobreza e a opulência) assiste-se também a uma realidade singular que não deixa de nos surpreender. Aqui, nesta experiência urbana, existe uma estratégia envolvente que sem rigidez nem purismos vai entrelaçando desejos e realidades, vai despoletando a participação das populações num movimento de pedagogia social, em que a utopia se concretiza e a realidade vivida tem referências românticas dum idealismo cívico e ecológico que o pessimismo conservador julgava impossível.
Duma forma sintética julgo que o segredo desta experiência reside no facto de se ligarem aspirações sociais aos interesses individuais e esses mesmos interesses às aspirações, graças a uma mobilização contínua na solução dos problemas, gerando-se pela prática a consciência acrescida das populações e do seu papel na transformação e mudança de vida.
O paradigma exemplar desta pedagogia social pode revelar-se em algumas das actuações que referiremos em seguida:

1. Reciclagem dos lixos
A campanha "lixo que não é lixo - lixo que é riqueza" promoveu, à escala do bairro, uma mobilização popular forte. Os mais desfavorecidos, com o apoio de carrinhos distribuídos pela municipalidade, transformaram-se nos "catadores de papel" e descobriam que o lixo era assim moeda de troca no "câmbio verde" organizado pelo município.
O "camião verde" apanhava, em pontos estratégicos, várias recolhas de bairro efectuadas pelos populares e "pagava" o lixo com os certificados que permitiam a troca por alimentos, livros, bilhetes culturais, brinquedos, etc. Nascia também, neste contacto entre a população e a instituição camarária, uma nova realidade: a recolha do papel em Curitiba salvava 1516 árvores por dia.

2. Apoio aos excluídos
A progressiva consciência das populações carenciadas desenvolveu-se também com a experiência da "Fazenda Solidariedade" - quinta agrícola de Campo Magro, onde se faz a reintegração social de desempregados e se promove, graças aos produtos rurais que aí se produzem, a elaboração de uma sopa distribuída por um autocarro refeitório que atende cerca de 92.212 pessoas carenciadas, por ano.

3. 0 Jardim e o Museu Botânico de Curitiba
Para além dos especialistas que investigam e coordenam os trabalhos notáveis do jardim botânico, são também convidadas escolas para o trabalho no jardim, com a orientação de professores. Aí se educa o amor pela terra e a formação ecológica das crianças e jovens.
Uma das actuações no jardim botânico foi a criação de um jardim medicinal que propiciou a plantação de espécies fitoterápicas em pequenos vasos que constituem viveiros didácticos que apoiam as "farmácias" caseiras e a "farmácia verde" em conexão com os serviços de saúde.

4. A Universidade Livre do Meio Ambiente
Reciclando postes de eucalipto, que anteriormente serviam de postes telefónicos, construiu-se um equipamento em madeira que serve de logística para a universidade livre, integrada num parque ecológico. Graças ao "design" criativo do arquitecto Domingos Bongestabes, foi possível gerar-se, com materiais pobres, uma interessante estrutura arquitectónica que se integra maravilhosamente no "sítio".
Neste local funciona uma organização não governamental, a Universidade Livre do Meio Ambiente, cuja iniciativa tem sido essencial na investigação ecológica e na formação de quadros promotores do eco-desenvolvimento.Não se pode deixar também de falar de várias outras experiências sociais, que contribuem para este envolvimento pedagógico entre a municipalidade, as instituições, as associações não governamentais e a sociedade civil: as Feiras Livres de Agricultura, que aproximam os produtores agrícolas dos consumidores; a Feira Verde, onde se comercializam produtos naturais, sem químicos; e o "Shopping Popular", cooperativa de consumo. São iniciativas em que a vida económica se manifesta numa óptica de solidariedade, procurando não apenas respostas quantitativas mas enunciando estratégias qualitativas para um modo alternativo de sociedade. O "Farol do Saber" é também mais um exemplo para melhor se entender este processo que se constrói todos os dias no seio de clivagens sociais antagónicas, entre esperanças e ilusões, num desafio permanente à recuperação estagnante e à mudança. O "Farol do Saber" está a generalizar-se pelos diferentes bairros. É um centro polivalente que funciona como Escola/Biblioteca/Sala de convívio cívico e centro da polícia municipal.
Trata-se de uma arquitectura emblemática. Referenciando-se ao "farol de Alexandria", pretende ganhar visibilidade na cidade. Implantaram-se já alguns desses edifícios modelos em vários bairros. Do lanternim cimeiro da torre, durante a noite, espelham-se os clarões luminosos, assinalando o local da cultura, do encontro cívico e da segurança social.
São estas algumas das sementes desta experiência social. Acompanham e catalizam experiências espaciais.
Na cidade, surgem zonas verdes, parques, redes de transportes públicos que pretendem em comodidade e serviço, dissuadir o tráfego automóvel no centro da cidade. Vão surgindo as propostas de concretização e melhoramento do plano director.
Fizeram-se saneamentos especiais, limparam-se ribeiros e criaram-se novos loteamentos com casas sociais, numa grande diversidade de linguagens e materiais. Está-se a promover, depois do bairro novo e no seguimento da rua das tecnologias, a cidade verde ou a eco-cidade que, distendendo-se ao longo da periferia de Curitiba, acumula experiência, multiplica dinâmicas sociais e aponta para novos modelos de espaços públicos, energias renováveis e sistemas integrados de transportes. Curitiba não é um paraíso, nem um modelo acabado onde se eternizaram ideais imutáveis de uma utopia sem falhas. Curitiba é um processo. Mas um processo onde todos os dias se tentam ganhar mais actores à construção de uma cidade onde se experimentam e inovam mudanças numa sociedade de contradições e antagonismos.

A. Jacinto Rodrigues, professor catedrático da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
(Artigo publicado no Jornal "a Página", ano 8, nº 76, Janeiro 1999, p. 16.)

quarta-feira, novembro 16, 2005

Emannuel Rolland - O homem que planta hortas, jardins e florestas

Por Jacinto Rodrigues - Professor Catedrático da Universidade do Porto

Gian Giono no livro “O homem que plantava árvores” publicado pela 1ª vez em 1954, conta-nos a história de um homem simples, o pastor Elzeard Bouffier, que no sudeste da França, numa comarca provençal, decide seleccionar sementes de carvalhos que apanha durante as suas caminhadas com o rebanho, nas serranias quase nuas daquelas paragens.
Então, pacientemente, com a ajuda dum bastão pontiagudo, o velho homem, à medida que vai caminhando sobre as ondas telúricas da montanha, vai perfurando o solo com a sua bengala –bastão. Introduz em casa orifício uma bolota. E com o tacão do sapato tapa o buraco...
Durante muitos outonos e até primaveras, fez este gesto simples e mágico... Depois, os anos passaram e ao fim de algum tempo, aquelas montanhas nuas foram-se cobrindo de pequenas árvores que mais tarde se transformaram em carvalhos frondosos.
Esta história tem a ver com Emmanuel Rolland. Fomos vê-lo na sua pequena aldeia – La Chapelle de l’If – no norte da Bretanha e a alguns quilómetros da pequena cidade de Dinan.
Paramos a auto-caravana em frente dum antigo casarão rural.
Era a sede da Associação “Pequenos Jardins de Alunos” (“Petits Jardins des Écoliers” – http://gxardeneto.chez.tiscali.fr ).
Logo ali, na berma da estrada municipal, fica a casa de Emmanuel. Recebeu-nos fraternalmente. Está reformado mas a sua actividade continua transbordante. Logo que chegamos, à tardinha, foi-nos mostrar o “arboretum”, um ecosistema evolutivo de plantas, na pequena vila de Plouet-sur-Rance. Fomos ainda ver o “talude pedagógico” na Escola de Trevon. É uma espécie de canteiro que serve de estudo e experiência de botânica aplicada.
Durante o percurso, Emmanuel foi-nos contando, em traços largos, alguns momentos essenciais da sua biografia. Nasceu naquela aldeia, Chapelle de L’If, a 10km de Dinan, pequena cidade histórica da Bretanha, rodeado por aquele mundo rural fantástico, sendo ele próprio originário de famílias camponesas de longa data.
Tornou-se professor primário, sendo mais tarde docente de manualidades e tecnologias.
Fez, em seguida, uma formação em biologia que o tornou especialista em agro-ecologia.
Toda a sua vida foi assim dedicada ao ensino de jovens e adultos, realizando experiências concretas na agricultura e inovado metodologias e técnicas de trabalho. Em 1993 ganhou um prémio por ter inventado um utensílio manual para trabalhar a terra com facilidade e eficácia.
Cooperando com outro professor, Gaël Vires, desenvolveu uma experiência exemplar a que chamou o “talude pedagógico”. Foi sobre esse talude pedagógico que, na manhã seguinte Emmanuell Rolland começou a primeira explicação prática. Levou-me a um local onde, sobre um montículo de terra, estavam plantadas variadíssimas espécies botânicas. Aquela experiência era uma das muitas realizações que começara anos antes na escola de Trevont.
Agora ali, diante daquele pequeno aterro rico em húmus, com uma altura de cerca de 50 cm, formava-se um pequeno muro cujo comprimento pode variar e tornar-se mesmo uma cerca dum qualquer terreno.
Aquele montículo teria uns 10m, tornando-se uma espécie de vitrine para mostrar as múltiplas variedades botânicas e a sua organização ecosistémica.
Os alunos podiam ver, face a este mostruário vivo, o crescimento de múltiplas plantas estudando processos diferenciados de reprodução e as relações simbióticas entre espécies.Nesta complexidade ecosistémica pode-se assim estudar, ao vivo, a botânica. Pode-se cultivar e observar a metamorfose das plantas, a inter-relação que se estabelece com a fauna, nomeadamente múltiplos insectos e pássaros que aí se vêm anichar e que se manifestam como bioindicadores do terreno.
Plantas e animais, particularmente insectos, lagartos e caracóis e plantas muitas vezes consideradas inúteis e/ou nocivas, expressam a qualidade do terreno tornando-se assim importantes indicadores da acidez, alcalinidade do solo, qualidade do húmus, higrometria, etc.
Emmanuell explica que o talúde pedagógico recria o ambiente da floresta que é, finalmente, a mãe de todo o princípio da agricultura por ser um ecosistema o mais completo possível, favorecendo o crescimento de plantas, permitindo a criação de um abrigo contra os ventos, um muro verde de beleza e utilidade alimentar pois muitos dos pequenos arbustos que fomos observando eram comestíveis (groselhas, mirtilios, framboesas, etc.).
Esta actividade agro-ecológica torna-se assim processo pedagógico multifuncional pois, promovendo a sensibilidade estética estabelece uma relação do homem com a natureza, permite o desenvolvimento dum pensamento ecosistémico aberto e realiza, simultaneamente, uma base de sustentabilidade alimentar para homens e animais.
No vale da ribeira de Romanzon, onde correm águas residuais poluídas pela actividade agro-industrial, Emmanuell plantou árvores que previamente semeara em pequenas garrafas de plástico com a ajuda de todos os participantes ligados à Associação de Languenin.
Semear árvores, em vez de plantar, é toda uma filosofia que Emmanuell Rolland desenvolve ha já alguns anos. Recolhe sementes de vários tipos: bolotas, carvalhos, abrunhos, ameixas, pêssegos, nêsperas, etc., introduz essas sementes numa vasilha com furos nas paredes laterais e enterra-a na terra, excepto o bocal que fica fechado mas fora do solo para se abrir ou fechar quando se armazenam as sementes.
A humidade do solo à sombra duma nogueira ou doutra árvore frondosa, mantém a frescura e humidade ideais. Aí se fazem as reservas essenciais das sementes que começam mesmo a germinar, antes de serem semeadas na terra. Na altura própria, retiram-se para as garrafas de plástico onde, graças a um sistema especial, se cria uma vasilha propícia a fazer germinar a semente.
Surge aqui toda uma ecotécnica que reutiliza materiais (garrafas de plástico)e que simultaneamente propicía a formação de tubos de ensaio (cada garrafa é um tubo de ensaio) facilitando o estudo da planta e melhorando as suas condições de crescimento. Emmanuell Rolland exemplificou-me a técnica demonstrativa da garrafa plástica.
Tudo isto vem nos dois pequenos livros que escreveu.
Naquele campo duma aldeia perdida na Bretanha, Emmanuell Rolland iniciou essas simples actividades agro-ecológicas.
Durante anos alargou a sua sabedoria às ervas aromáticas e medicinais. A vivência rural ancestral com que lidou desde a sua infância fortificou-se com o saber adquirido e no conhecimento de outros autores como Fukuoka, Pfeiffer, Pierre Rabhi e Claude Aubert. A acção exemplar deste homem notável pode ser um estímulo para nós próprios.
Quando cheguei a Portugal, depois desta viagem, pareceu-me ter feito uma experiência iniciática pré-monitória. O País ardia, as florestas, ou seja, as monoculturas industriais de eucaliptos e pinheiros serviam de pasto aos enormes incêndios.
Pela estrada, vindo da Galiza, entrava na visão dantesca destes fogos do alto minho. Revelava-se-me, mais uma vez, os erros estruturais da organização florestal e do território.
Mostrava-se assim a destruição da vida rural, que temos vindo a assistir neste país. Recordei o tempo longínquo em que, com alguns amigos das ainda insípidas associações ambientais, nos juntávamos na luta contra essa destruição. Um dia, chegamos a Valpaços porque o sino tocara a rebate nas serranias transmontanas. Despontavam eucaliptos onde tinham arrancado oliveiras. Aqueles eucaliptos tomavam o lugar onde as pacíficas oliveiras viviam há mais de cem anos. O povo das aldeias assistia aterrado a essas mobilizações do terreno, organizadas pelas multinacionais que, durante o cavaquismo iam transformando a agricultura tradicional em floresta industrial para papel.
Foi nessa tarde de verão que, por detrás duma bouça, surgiu a cavalo a guarda republicana para proteger um qualquer grupo económico. E, quando pacífica e ordeiramente quisemos atravessar aquele campo que mais parecia um cemitério plantado de baionetas, um guarda, montado no seu cavalo assapou-me com o cacetete na cabeça.
Depois destes incêndios todos em Portugal, espero que o exemplo de Emmanuell Rolland possa tornar-se numa semente que chegue até nós. E homens notáveis, como este, em Portugal, possam fazer frutificar hortas, jardins e florestas sobre este solo feito cinzas.

Reflexão crítica do modelo de crescimento económico eurocêntrico e propostas para um desenvolvimento ecologicamente sustentado.

Comunicação apresentada pelo Professor Doutor Jacinto Rodrigues (professor catedrático da Universidade do Porto) no Congresso da Lusofonia em África, organizado pelo CODESRIA (Council for the Development of Social Science Research in Africa). A ler aqui, em formato PDF.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Notas para uma estratégia de ecopolis

Por Jacinto Rodrigues
Professor catedrático da Universidade do Porto


1. METODOLOGIA
A primeira reflexão metodológica é a necessidade de pensar em termos interdisciplinares e transdisciplinares nas intervenções urbanas. A abordagem deve ser integrada. Os vários elementos: a componente das energias, da produção, da circulação, dos consumos e da reciclagem, interagem uns nos outros. Assim, as questões naturais, técnicas e sociais são sistémicas e só podem ser abordadas segundo o pensamento da complexidade.
Essa abordagem deve ser mais profiláctica do que terapêutica. A cidade deve ser entendida como um eco-sistema. Tal perspectiva exige sair da visão “moderna” da cidade mega-máquina e procurar enquadrar a urbe como a expressão eco-sistémica da ligação da sociedade como componente da Biosfera. Este é o sentido lato com que se deve entender a paisagem antrópica.
A cidade como mega-máquina é dissipativa, consumista e contaminante. Tem como matriz o “Shoping Center”.
A eco-polis, cidade como eco-sistema regenerativo, funciona num processo integrado entre civilização, eco-técnica e biosfera.

2. CONCEPÇÃO DA PAISAGEM
Assim, a estrutura construída, o processo de urbanização, deve enquadrar-se na paisagem mais global e articular-se na cidade-região/cidade-natureza.
Como corolário deste ponto de vista procura-se então, em vez do uso de energias fósseis que levam ao esgotamento dos recursos naturais, criar uma produção de energias renováveis e eliminar uma produção com materiais poluentes e energias não limpas, evitando os resíduos contaminantes e tóxicos. Os lixos deveriam ser recicláveis, permitindo assim a substituição do metabolismo linear, próprio das máquinas, em metabolismo circular ou regenerativo dos seres vivos. Esta é toda a diferença existente entre um entendimento da cidade como máquina ou da cidade como “ecosistema”.

3. MULTIFUNCIONALIDADE
A monofuncionalidade, ou seja, a separação das actividades urbanas, característica dos zonamentos da cidade-máquina “moderna”,deve dar lugar a uma interacção onde os mesmos elementos podem constituir respostas multifuncionais.
Isto é particularmente importante no que diz respeito à relação entre paisagem natural e edificação. As árvores e os arbustos, a reorganização do planeamento vegetal em geral, e também a reorganização hidrológica, constituem factores não apenas susceptíveis de embelezamento estético mas de bioclimatização e de biodepuração.

4. BIO-CLIMATIZAÇÃO E BIO-DEPURAÇÃO
O verde urbano, através de corredores verdes, jardins e bosques urbanos, deve ter uma função ecológica decisiva para a bioclimatização e biodepuração.
Muito do lixo orgânico, resultante dos consumos urbanos, pode ser reciclado como fertilizante para hortas e bosques. Recorde-se o exemplo de Curitiba em que os fertilizantes orgânicos entregues pelos cidadãos, permitem a troca com produtos agrícolas criados nas hortas municipais.
Também a renaturalização dos rios não é apenas uma questão de estética.
Hoje conhecem-se bem os fenómenos da fito-depuração dos sistemas de lagunagem, da meandrização e das pequenas cascatas como factores de melhoria na qualidade da água.

5. ENERGIAS RENOVÁVEIS
As energias renováveis devem ser tratadas como uma questão central do ecodesenvolvimento. Devem ser utilizadas duma forma integrada e essencialmente numa escala regional. Por exemplo: mini-centrais que articulem várias energias complementares (solar/ eólica/ hídrica/ biogás, etc.) podem responder muito melhor do que estruturas gigantes monoenergéticas. A escala construtiva comunitária oferece também vantagens sobre o uso de protótipos energéticos à escala familiar. Todas estas estruturas devem inserir-se numa malha policêntrica do território, capaz de o cobrir, energeticamente, com o máximo de descentralidade e complementaridade.

6. BIO-CONSTRUÇÃO
A edificação deve pautar-se por uma legislação com preocupações ecológicas claras. O uso de materiais não poluentes, as preocupações pelos sistemas solares passivos, a articulação com a bioclimatização gerada pela eco-paisagem, devem ser um factor chave. A própria disposição espacial pode valorar o aproveitamento energético.
O exemplo francês pode ser implementado como processo pedagógico. O programa denominado construção de alta qualidade ambiental (H.Q.C.) estabelece concursos especiais na base de soluções ecológicas através da escolha de materiais não poluentes e soluções energéticas alternativas.
As edificações públicas, em particular as escolas e centros de formação cultural devem tornar-se experiências exemplares. Quando funcionam segundo o preceito da eco-construção, favorecem comportamentos e atitudes que são as melhores soluções para uma verdadeira educação ambiental.
A construção bioclimática exige novas formas, novos materiais, novos processos de implantação topológica. Estas novas morfologias complexas são dispositivos catalizadores duma outra civilização.

7. AGRICULTURA E INDÚSTRIA ECOLÓGICA
Em articulação com a actividade construtiva e também em função de outras actividades como a industrial, deveria proceder-se a uma eco-agricultura que complementarizasse a abertura de novos postos de trabalho às exigências simultâneas da agricultura e indústria numa base ecológica.
Um exemplo que me parece interessante estudar é o do incentivo da cultura do cânhamo. Queremos aqui referir, evidentemente, o cânhamo industrial, isto é, a planta Cannabis Sativa L. cujo teor de T.H.C. é inferior a 0,3, não sendo por isso susceptível de ser utilizada como droga. Refira-se ainda que o cultivo desta planta industrial é subvencionado pela União Europeia.
A cultura do cânhamo foi praticada no Norte, Centro e Sul de Portugal, ao longo de várias épocas, nomeadamente no fabrico das velas e do cordame para os barcos à vela.
Tem a seguinte particularidade: é uma produção agrícola de fácil manutenção, beneficia os solos e permite, para além da tecelagem, o fabrico de papel e outros materiais. Acontece ainda que, através de processos recentes, esta planta está a ser utilizada na bioconstrução.
Também a transformação tecnológica do bambú chinês “miscanthus” poderá vir a possibilitar uma articulação entre a actividade agrícola e a bioconstrução.
São também possíveis outro tipo de actividades agrícolas (permacultura, agricultura biodinâmica) capazes de promover agro-pecuárias ecológicas.

8. TRANSPORTES ALTERNATIVOS
Os transportes públicos não poluentes deveriam constituir uma alternativa à invasão do trânsito urbano.
Com os corredores verdes, para além da função depuradora, criam-se circuitos pedonais e ciclovias que poderão permitir conexões entre várias zonas.
As passarelas constituem atravessamentos fáceis, permitindo logradouros por onde se espraiam paisagens urbanas.
Os centros da cidade, em particular os centros históricos, são avessos ao uso de automóveis.
No estado actual, os veículos são poluentes e constituem uma oposição ao uso de hortas urbanas e espaços públicos de lazer e cultura.

9. PARTICIPAÇÃO CONSCIENTE DAS POPULAÇÕES
A prática do urbanismo numa perspectiva ecológica deverá ter em conta a mobilização das populações na detecção dos problemas e sua resolução.
Assim, o eco-urbanismo é, antes de tudo, desígnio estratégico sujeito às múltiplas interacções surgidas ao longo dum percurso que deve ser entendido como processo permanente embora com faseamentos nos objectivos mas que serão sempre sujeitos a constantes avaliações e retroacções.
A “investigação-acção” e o “trabalho de projecto” são as práticas sociais que melhor se coadunam com esta filosofia. A mobilização consciente da população é decisiva. Volto ainda à experiência de Curitiba:
Nalguns festivais culturais, encontros de cinema, teatro ou música promovidos pela municipalidade dessa cidade brasileira, a entrada dos espectáculos é paga com garrafas usadas ou papel para reciclar. Este tipo de mobilização pela positiva é uma forma educativa que sendo alheia a qualquer processo administrativo-repressivo, liga as aspirações às necessidades, promove solidariedade e cooperação num clima social, lúdico e festivo tão necessário à participação popular nos objectivos de interesse público.
Através desse processo, a população vai tomando consciência da problemática ecológica e o planeador deixa de ter a arrogância dum tecnocrata autoconvencido dum qualquer “modelo” estático e “ad eternum...”.

Assim, o eco-urbanismo é um caminho que se faz caminhando, parafraseando o poeta Machado.
No entanto, qualquer intervenção deve ser reflectida e inserida numa óptica projectiva, futurante, pois os dispositivos topológicos são, por natureza, resistentes à mudança. E quando se constroem dispositivos errados, estes funcionam como travão às mudanças, podendo mesmo transformar-se em mecanismos de reprodução de hábitos opostos à necessária e permanente metamorfose social.

Jacinto Rodrigues
(Professor catedrático da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)
Artigo publicado na revista «Arquitectura e Vida» de Março de 2004

segunda-feira, outubro 24, 2005

"Pyrheliophero"



O "Pyrheliophero". A pioneira máquina solar com que em 1904 o Padre Himalaya recebe o Grande Prémio da Exposição Universal de St. Louis, nos Estados Unidos da América.
Fotografia obtida do livro "A Conspiração Solar do Padre Himalaya" de Jacinto Rodrigues, Porto, Edição da Cooperativa Árvore, 1999

sexta-feira, outubro 14, 2005

Quem foi o Padre Himalaya? Uma entrevista com Jacinto Rodrigues



Entrevista concedida ao Portal das Energias Renováveis (PER)(http://www.energiasrenovaveis.com)


Quem era o Padre Himalaya?

Era um cientista, natural de Cendufe, Arcos de Valdevez, nascido em 1868 e que morreu em 1933.
Interessou-se pelas energias renováveis e por processos de organização territorial, nomeadamente sistemas de irrigação, plantação de árvores e sistemas urbanos que antecedem as preocupações actuais em torno do que se chama hoje o ecodesenvolvimento.

O que o fez dedicar-se à obra do Padre Himalaya e à sua divulgação?
A actualidade das suas preocupações em relação às energias renováveis e a necessidade de promover um outro tipo de desenvolvimento, oposto ao crescimento económico baseado em energias fósseis, esbanjamento, poluição e exclusão social.

Quais as principais invenções do Padre Himalaya?
A invenção mais conhecida do padre Himalaya é o pireliófero ou seja a máquina solar que, em 1904 ganhou o grande prémio na exposição de St. Louis nos E.U.A.
Seguiram-se outras invenções que também foram amplamente conhecidas na sua época, tais como as várias patentes relacionadas com explosivos. Outras patentes menos conhecidas referem-se a processos de obtenção de farinhas alimentares e rações para animais à base de crustáceos. Igualmente pouco conhecidas são as patentes relacionadas com motores: o turbo-motor e o motor a gás pobre.
Existem também inovações ou outras invenções que não se traduziram em patentes mas que, eventualmente, constituíram experiências criativas que podem ainda ser motivo de novas pesquisas. Refiro, nomeadamente, um sistema de canhões com um processo complexo de misturas explosivas que deveriam provocar chuva artificial.Lembro ainda que o Padre Himalaya fez investigações sobre o aproveitamento da energia solar através de fotopilhas. Apenas se conhecem breves esquissos.
É de assinalar ainda tratamentos fitoterápicos e propostas de medicina naturopata que o motivaram ao longo de toda a sua vida como terapeuta.

Qual a razão porque os portugueses nunca tinham ouvido falar desta peculiar personagem científica portuguesa?
Razões contextuais que têm a ver com o facto de ser um padre que era simultaneamente pro-republicano e eventualmente maçónico. Por outro lado, dedicou-se à energia solar no momento em que o modelo baseado no petróleo estava a fazer a sua ascensão e determinaria todo o processo industrial e civilizacional do capitalismo.
É também possível que alguns dos seus inventos, que não tiveram aplicação prática imediata e outros que suscitaram enorme controvérsia, tenham contribuído para uma aura de génio incompreendido neste personagem cuja actuação na sociedade foi, muitas vezes, contra-corrente.

Acha que o Padre Himalaia teve o devido reconhecimento científico em Portugal?
O Padre Himalaya, pelo facto de desenvolver a sua problemática num paradigma ecotecnológico nunca foi compreendido por uma sociedade hegemonicamente positivista e mecanicista, baseada numa tecno-ciência à base das energias fósseis. Por outro lado, a sociedade cultural em que viveu, dificilmente estava aberta a um homem que, conservando-se padre católico, tinha contudo anti-corpos no clero por ser aberto ao laicismo e ter um ponto de vista mais liberal do que a igreja do seu tempo.
Também a sociedade republicana e anti-clerical via com desconfiança um cientista que continuava padre.

Como surge o título do seu livro: “A conspiração solar do padre Himalaya”?
Este título é propositadamente ambíguo pois pretende referir um enquadramento repressivo do paradigma das energias fósseis face a uma proposta científica e cultural baseada nas energias renováveis, em especial na energia solar. Por outro lado, este título refere também que a persistência na defesa da energia solar por parte do Padre Himalaya, permitiu consolidar um pensamento contra-corrente que está vir ao de cima nos nossos dias com a emergência do paradigma ecológico que estamos a viver.
A sua invenção mais curiosa e espectacular é o pirelióforo.

Qual é a razão no seu entender para que o Padre Himalaya tenha desenvolvido a sua investigação na direcção da energia Solar?
O Padre Himalaya referiu vários objectivos ao dedicar-se à energia solar: energia gratuita e generalizada a todo o planeta.
Pretendia obter energia térmica para o funcionamento de motores a vapor que fossem capazes de desenvolver energia motora, nomeadamente para obtenção de electricidade.
Pretendia também utilizar as altas temperaturas para aplicação na siderurgia.
Pretendia ainda a utilização de altas temperaturas para a transformação do azoto em nitratos, úteis à agricultura.

O primeiro protótipo desse pirelióforo da sua autoria foi apresentado em Sorède. Porquê?
O primeiro protótipo foi apresentado em Neully-Paris, entre 1899 e 1900.Foi em Julho e Agosto de 1900 que apresentou um segundo protótipo, em Sorède. Era muito maior e o Padre Himalaya quis testá-lo numa zona conhecida pela sua exposição solar- os Pirinéus Orientais. Razões de ordem ainda desconhecida permitiram uma relação entre o Padre Coll e o Comandante Bazeries que favoreceram a permanência nesse local.

Passados 100 anos da sua grande invenção, o “Pireilióforo”, quais os avanços científicos nesta área?
Deram-se passos seguramente muito importantes no domínio da energia solar. Basta observar o forno solar de Odeillo, o projecto Themis e outros, para se revelarem os avanços técnicos desta invenção do Padre Himalaya, que os antecedeu.

O trabalho do Padre Himalaya é de tão elevado alcance que merecia mais do que um livro. Será que Portugal pode aprender alguma coisa com a dedicação deste cientista?
Penso que, essencialmente, para além da contribuição eco-tecnológica do Padre Himalaya é importante assumir hoje alguns dos aspectos mais importantes do seu discurso teórico, em relação, nomeadamente, à educação e ao desenvolvimento ecologicamente sustentado.
Assim, o Padre Himalaya desenvolveu ideias concretas sobre processos de formação pedagógica e profissional que deveriam levar à criação de quintas escolares, possibilitando uma relação constante entre os alunos e as actividades com a natureza.
O associativismo e o cooperativismo, à escala regional, nacional e internacional deveriam levar à criação duma sociedade sem exclusão social.
Uma dietética mais centrada sobre a alimentação vegetariana e uma medicina profiláctica centrada na naturopatia, constituíam preocupações essenciais que o Padre Himalaya defendeu e praticou.

Professor Doutor Jacinto Rodrigues (Professor Catedrático da Universidade do Porto)

domingo, outubro 09, 2005

O desenvolvimento Ecologicamente Sustentado...

Alternativa ao Capitalismo na Era da Globalização
Por Jacinto Rodrigues

Resumo:
Não é possível construir uma sociedade de justiça social sem mudança do modelo territorial energético, baseado na sustentabilidade ecológica.A ecologia, como fundamento substantivo da política e da técnica, torna-se essencial para a alternativa ao paradigma do capitalismo na fase da globalização.

Palavras-chave:
Desenvolvimento ecologicamente sustentado
Ecodesenvolvimento
Eco-ciência planetária

Mesmo para o cidadão comum, de hoje, é uma evidência constatar a evolução do capitalismo e reconhecer a especificidade desta etapa que se designa de globalização. Porém, a questão essencial é saber se a natureza do sistema capitalista mudou.
a) Será que desapareceram a exploração, dominação e as injustiças sociais que advêm desse modelo social?
b) Encontrou este modelo capitalista um processo de concertação dos seus antagonismos, inerentes ao seu processo de funcionamento?
c) Que ocorreu em relação à capacidade de resposta dos grupos sociais explorados e dominados, aos novos processos de economia transnacionalizada na sua nova fase do capitalismo financeiro, “financiarização”, de cibernetização tecnológica, “informatização” e alargamento manipulatório “mediatização”? (AMIN 1997)
No estado actual, a etapa da globalização alargou a economia de mercado para uma fase cada vez mais gravosa para com o equilíbrio da biosfera. O valor de uso dos produtos tornou-se presa de interesses financeiros dominantes. O oligopolismo, ou seja, o capital financeiro sobrepôs-se à lógica de investimentos produtivos. A geopolítica do capital transnacionalizado impôs modelos sociais/militares e tecnológicos mundializados.
A generalização de uma tecnologia que produza um antagonismo crescente em relação à biosfera.
Esse antagonismo crescente revela-se essencialmente pelo facto de que este modelo tecnológico funciona como uma predacção exterminadora dos bens planetários criando simultaneamente resíduos superiores à reciclagem de que dispõe a biosfera.
Os eco-sistemas são violentados pelo alargamento duma tecnologia produtora de esgotamento energético e matérias-primas, ao mesmo tempo que gera lixos tóxicos.
A generalização desse antagonismo capitalismo versus natureza, acompanha e agrava outros antagonismos essenciais. Cresce o fosso ente os grupos cada vez mais reduzidos, detentores do meios de dominação, produção e alienação e o resto da sociedade que, por sua vez, se decompõe em grupos sociais integrados e outros excluídos.
Cresce o fosso entre regiões onde o crescimentos se realizou à custa da periferia despojada dos seus próprios meios naturais de subsistência.
Por outro lado, ocorrem antagonismos também entre os próprios detentores do capital porque a concentração e a concorrência inerente ao modelo mercantil acentua rivalidades em torno da conquista do poder dominante. A concentração faz-se através do aniquilamento dos mais fracos que têm de se sujeitar a essa geo-estratégia de concentração.
O modelo tecnológico, aparece com uma lógica de produtivismo quantitativo que insinua um progresso social. A tecno-ciência mecanicista/positivista (sem uma base ecológica e assente na energia fóssil e na poluição) constitui a trama essencial da produção. Com efeito, dos transportes à agro-indústria, o modelo tecno-científico hegemoniza o tipo de crescimento da economia capitalista.
O sistema de ensino do Estado, privado ou empresarial, constitui um pilar de reprodução do próprio sistema. A socialização cultural é substituída pela institucionalização escolar. Esses referentes paradigmáticos interferiram na estrutura cognitiva, criando e reflectindo uma concepção de ciência e de cultura. Os “epistemes” são produzidos e reproduzidos nesta “grelha de interpretação” (WALLACE 1963) que interessem a manutenção social.
A organização territorial consolida a integração social de maiorias e exclusão de minorias não adaptativas.A concentração urbana caracteriza esse habitat alheado do eco-sistema. Mas a organização territorial desta fase de globalização tem gerado dispositivos topológicos (FOUCAULT, 1976) que constituem formas de integração e de dominação cada vez mais sofisticadas. A maquilhagem formal, a espectacularidade das edificações, escondem adestramentos comportamentais das populações e marcam com geo-estratégias complexas, a reprodução alargada da força de trabalho, o domínio manipulatório e/ou compulsivo de hábitos (BOURDIEU-PASSERON, 1964)), de formas de vida e de consumo.
Durante o processo da mundialização da economia capitalista, através das formas coloniais ou neo-coloniais, as sociedades tradicionais de economia de subsistência apresentaram, e apresentam ainda hoje, resistências à imposição desse modelo capitalista, social, tecnológico, territorial e educativo.
Essas sociedades tradicionais não têm actividades puramente económicas. A caça e a agricultura são actividades familiares e comunitárias. Como refere Polanyi, (POLANYI, 1980) os princípios dessas sociedades vernaculares são formas de reciprocidade que estabelecem um tecido de obrigações mútuas estreitando os laços entre os membros da comunidade. (Goldsmith, 1995)
A tecnologia e o habitat das sociedades vernaculares constituem as formas de estar duma sociedade em busca da auto-suficiência, que obedece às imposições do nicho ecológico em que a comunidade se insere.
O processo educativo na sociedade, confunde-se com a socialização, vigorando o processo de adaptação à comunidade e ao eco-sistema de que são dependentes.
O processo colonial e neo-colonial instaura-se essencialmente pelo sistema tecnológico e pelos novos dispositivos territoriais. São estes elementos fortes que facilitam a “pilhagem” e produzem a catástrofe das populações nativas.
O habitat e a tecnologia tradicionais, não produziam esgotamento dos bens naturais. Os detritos eram reciclados pelo ecosistema local.
A transmissão de doenças era menos fatal nas comunidades isoladas do que em populações concentradas e em situações degradadas das aglomerações urbanas.
As relações de economia de mercado vieram acelerar a desintegração dos ecosistemas pois os valor de uso ao ser substituído por valor de troca, provocou a delapidação das florestas, aumentou a desertificação e intensificou processos de concorrência que levaram a conflitos étnicos e às guerras.
Ao estabelecermos estas constatações sobre as sociedades vernaculares não queremos, contudo, considerá-las isentas de limitações e portanto não é nosso ensejo apresentá-las como o paradigma alternativo ao modelo técnico-científico do capitalismo.
As ideologias colonial e neo-colonial esforçaram-se em tecer juízos de valor sobre as sociedades vernaculares, querendo ddemonstrar a supremacia do modelo cultural e civilizacional dos países de economia dominante. Foi o pretexto para legitimarem a colonização. Foi e é o discurso ideológico dominante.
Quisemos caracterizar a situação das sociedades vernaculares mostrando como as sociedades colonizadoras, contribuíram para o desequilíbrio entre o homem e a biosfera.
O que se pretende nesta comunicação é formular uma decifração ecológica dos paradigmas entre essas sociedades, que ultrapasse a mera análise “económica”. Por isso formular uma alternativa significa ultrapassar os quadros referenciais do paradigma científico e moderno. Significa também ultrapassar antigos paradigmas em que a sujeição da humanidade ao envolvimento ecosistémico era quase total.
Ultrapassar a atitude destruidora do modelo capitalista e ultrapassar a atitude adaptativa do modelo de sociedade tradicional é o desafio que se põe para a formulação dum paradigma futurante.
Entre destruição e sujeição existe a possibilidade de uma sociedade capaz de integrar os ecossistemas de um modo activo, de maneira a tornar mais conscientes as relações dos homens com os seres vivos e com o biótopo.
O alargamento da consciência planetária, o aparecimento de propostas ecotécnicas (energias renováveis e uma produção com resíduos recicláveis) e ainda o surgimento das novas formas de organização territorial ecologicamente sustentada, permitem apontar como possível, esta “utopia” social, baseada no desenvolvimento ecologicamente sustentado.Para isso há que encarar as soluções para os antagonismos sociais mas também formular, simultaneamente, respostas às conflitualidades na biocenose e entre a biocenose e o biótopo.
Não existem portanto, soluções político-económicas em estrito senso. Política e economia enquadram-se numa eco-política mais geral, como seja a gestão do próprio planeta. Em última instância é de uma eco-sofia em processo a que teremos de recorrer para esta hipótese alternativa de paradigma.
A história da humanidade aparece apenas como um processo parcelar duma mais vasta aventura planetária. No entanto, para a humanidade, as experiências já vividas nos diferentes modos de produção, nos diversos complexos tecnológicos e energéticos, nos diversos paradigmas político-filosóficos, permitem experiência e teoria para o desenvolvimento futuro.
As aspirações por uma sociedade mais justa e solidária, ficaram assinaladas ao longo da história, por grandes movimentos de libertação. Estes movimentos sociais, só de uma forma vaga e às vezes paradoxal, referenciaram a problemática ecológica. Essas aspirações confundiram-se, umas vezes, com o mimetismo passivo à mãe terra, outras vezes, com o grito Prometaico, portador da sociedade industrial. Outras vezes ainda, ao contrário, orientaram-se para uma sabotagem do surto tecno-científico do sistema fabril.
Com o advento da teoria ecológica, reformulam-se os quadros da ciência positivista e das ideologias sociais. Reencontramos proximidades entre a geo-cosmogonia mágica nativista e as revelações duma complexidade holística da teoria ecológica. Mas há diferenças qualitativas no alargamento da consciência planetária e na capacidade de controlo da humanidade para o equilíbrio ou desequilíbrio entre a organização social e a biosfera.
Se, através da tecnociência se conseguiram autênticos massacres na biosfera, criando a poluição generalizada, a devastação das florestas, a desertificação dos solos, a contaminação das águas, a partir da investigação eco-técnica é possível a produção de protótipos de energias renováveis que não esgotem os bens naturais nem poluam o planeta.
A evolução do conhecimento nas ciências do território, permite a implantação de novos habitats integrados no ecosistema.
O habitat, território, desenvolvimento, bioagricultura, ecotécnica, produção e reciclagem, são corolários sistémicos para um desenvolvimento ecologicamente sustentado.
É nesta configuração territorial e com estes novos dispositivos eco-tecnológicos que se podem propiciar novos comportamentos e atitudes solidárias mais consentâneas com as aspirações de justiça social.
Estes lugares matriciais podem assim, facilitar uma socialização solidária, uma eco-territorialização e uma eco-técnica imprescindíveis para a concretização desta utopia realizável.Esta utopia não é um “modelo”. É um processo de mudança alternativa à sociedade tradicional de subsistência e à sociedade de globalização do capitalismo neo-liberal.
No terreno prático, o que se pretende, neste artigo, é defender o eco-desenvolvimento (SACHS, 1995) como alternativa para qualquer das sociedades. Qualquer que seja a etapa de crescimento, terá que ter uma opção tecnológica e territorial ecologicamente sustentável que possa auferir experiência prática, teórica e científica da humanidade.
As sociedades vernaculares ou tradicionais, têm uma proximidade material das preocupações ecológicas. Mas, ao mesmo tempo, encontram-se longe das opções reflexivas que podem garantir pela eco-técnica actual, uma melhoria das tecnologias apropriáveis, tradicionais. Contudo, nas sociedades do capitalismo global, será necessária a reconversão da tecnociência à ecotécnica. Terá que surgir uma “medicina planetária” (LOVELLOCK, 1998) capaz de curar as mazelas do crescimento produtivista.
Cresceram os perigos gerados pelo modelo de crescimento. A vida quotidiana dos cidadãos é cada vez mais marcada pelos desastres ecológicos, quer sejam alimentares quer sejam climatéricos.
Há cada vez mais movimentos que tomam consciência planetária desses perigos e mais claramente surgem alternativas concretas no domínio da eco-técnica, da organização territorial e do modo de vida. São experiências exemplares que tendem a multiplicar-se.Novas formas organizativas, como redes não hierarquizadas onde a unidade se estabelece pelo direito à diferença, despontam em todos os países. Da federação destas organizações e da participação duma “ciência cidadã” (IRWIN 1998) surgem já expressões dum internacionalismo solidário no desenvolvimento ecologicamente sustentado, visível em Seatle e Porto Alegre.

Referências bibliográficas
(1)Amin, Samir, “Imperialismo e Desenvolvimento Desigual”, 1998, Ed. Ulmeiro“Eurocentrismo”, 1999, Ed. Dinossauro“Desafios da Mundialização”, 2001, Ed. Dinossauro
(2) Bourdieu-Passeron, “Les Heretiers”, 1964, Ed. Minuit, Paris
(3) Foucault, Michel, “La gouvernementalité” in « Magazine Litteraire », nº 269, 1998« Surveiller et Punir », 1976, Ed. Gallimard, Paris
(4) Goldsmith, Edouard “Desafio ecológico”, 1995, Ed. Inst. Piaget
(5) Irwin, Alane, “Ciência Cidadã”, 1998, Ed. Inst. Piaget
(6) Lovellock, James, “Ciência para a Terra”, 1998, Ed. Terramar
(7) Polanyi, K. “The Great Transformation”, 1980, N.Y.
(8) Sachs, Ignacy, “Norte-Sul: Confronto ou Cooperação?” in “Estado do Ambiente no Mundo”, 1995, Ed. Inst. Piaget
(9) Wallace, A.F.C. “Culture and Personality”, 1963, Ed. Rondon House, N.Y.
Artigo da autoria de:
Professor Doutor Jacinto Rodrigues, catedrático da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. 2005

quinta-feira, outubro 06, 2005

IV SIACOT - Seminário Ibero-Americano de Construção com Terra (Monsaraz)



Irá ter início amanhã, dia 7 e prolongar-se-á até dia 12, o IV SIACOT - Seminário Ibero-Americano de Construção com Terra, organizado pela Associação Centro da Terra. A este propósito, damos a conhecer um interessante livro sobre esta temática. O autor é Jean Dethier, e o título é: «Arquitecturas de Terra, ou o futuro de uma tradição milenar», editado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

terça-feira, outubro 04, 2005

Experiências de construção em terra em Boassas



O Professor Doutor Jacinto Rodrigues e o Mestre Arq. Pinto de Faria, deitaram mãos à obra (neste caso à terra) e experimentaram a execução de vários tipos de tijolos de adobe (terra com barro/cal/gesso/goma de cacto/palha, etc.). Foi em Boassas, no final de Agosto.

terça-feira, setembro 20, 2005

"Guerrilha Verde" nas cidades

Liz Christy, em 1973, juntamente com activistas ecológicos, criou a primeira horta comunitária, num terreno abandonado de Manhattan. Mais tarde, este terreno cultivado viria a ser destruído e transformado num parque de estacionamento, pela Câmara Municipal.Não se dando por vencido, este grupo ecológico realizou uma segunda tentativa com a criação de um jardim comunitário. Foi esta experiência na zona de Houston, também em Nova Iorque, que se tornou na experiência exemplar que veio a revelar-se num movimento denominado “guerrilha verde”. Pouco a pouco, graças ao apoio crescente da opinião pública e também a mudanças no seio de algumas instâncias municipais, foram surgindo avanços mais positivos. As atitudes repressivas foram dando lugar a contratos de arrendamento e nalguns casos à criação de Associações de interesse público ligadas a actividades como a agricultura ecológica urbana. Os exemplos acabaram por se multiplicar e, nos anos 80, o movimento das “Green Guerrillas” contava mais de 700 jardins legalizados e largas centenas de participantes organizavam uma nova militância de acção directa ecológica. Nos anos 90 a “Green Guerilla” tornava-se num movimento legalizado e expandia-se. Organizou uma escola com cursos de sensibilização ambiental. E os vários jardins constituíram-se em novas alternativas de práticas sociais: surgiram então jardins mais vocacionados para a horticultura e pomares, outros ainda mais orientados para a prática pedagógica com crianças e outros com características de integração de excluídos. De uma forma geral, estes novos espaços verdes públicos ou municipais vieram a ser animados numa perspectiva global onde através de múltiplas vertentes - terapêutica, lúdica, pedagógica e de sustentabilidade – se procurava a autonomia e a consolidação de uma estratégia virada para um novo paradigma da cidadania na busca de eco-cidades.Já referimos neste jornal algumas práticas que vão nesse sentido da acção directa ecológica. Na Alemanha, Joseph Beuys, fundador do movimento dos verdes, procurou plantar 7 mil carvalhos na baixa da cidade de Kassel. Em Itália, a experiência com jardineiros e camponeses que ele tentou animar, constituiu uma rara e subtil ligação de sensibilidade artística com a actividade agrícola. Estas acções inspiraram múltiplas experiências que ainda hoje se desenvolvem em várias cidades. Em França são várias as experiências, nomeadamente em torno da Escola Nacional Superior da Paisagem, que introduz concepções novas para espaços verdes e a formação no domínio da agricultura ecológica urbana. Embora tomando como referência os antigos jardins operários e jardins comunitários do final do séc. XIX e princípios do séc. XX, a prática ecológica agora defendida, não se constitui como uma forma de resistência em torno da subsistência mas situa-se muito mais numa preocupação em torno de uma alimentação de qualidade pela agricultura ecológica, uma nova forma solidária e terapêutica, de cooperação e não exclusão e também uma vontade de aprender uma prática social e pedagógica apontando para a conquista de novos espaços públicos na cidade que se deseja progressivamente transformar em eco-sistema baseado no desenvolvimento ecologicamente sustentado e cada vez mais gerido por redes organizativas da sociedade civil. Todos estes movimentos têm contribuído para retirar dos centros das cidades a presença de automóveis poluentes, tornando-se assim uma forma integrada de defender simultaneamente transportes públicos não poluentes para não afectar a actividade de agricultura ecológica. Esta nova prática social de vida constitui uma ruptura com a antiga militância. É uma via de intervenção cívica pela defesa dos espaços públicos. Trata-se de ligar a transformação social com o auto-desenvolvimento. Agir civicamente de modo a implicar-se com a vida. Fazer regenerar a natureza e impedir a pulsão suicidária. Inverter a solidão e a falta de estima. Cooperar e não excluir. Cuidar e curar em vez de destruir as pessoas e o planeta.

Jacinto Rodrigues (Professor Catedrático da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)
Outubro de 2003 (Artigo publicado no jornal "A Página" em Outubro de 2003)

terça-feira, agosto 23, 2005

Ecologia e construção. Uma questão urgente

No actual modelo civilizacional, que tem o petróleo como principal fonte de energia, a construção de edifícios é a maior indústria responsável pelo esgotamento dos recursos naturais e é também a que provoca uma maior contaminação do planeta.CONSTRUÇÃO versus POLUIÇÃO.O esgotamento e a poluição resultantes do uso da água, a poluição resultante do uso do petróleo, a poluição de todos os resíduos resultantes da construção são responsáveis por muitas das poluições globais (efeito de estufa, mudança climática, chuvas ácidas, etc.).O relatório Handbook of Sustainable Building, 1996, ed. James & James, London, refere que 40 por cento dos gastos de energia são utilizados na construção e 40 por cento da poluição resulta da indústria de construção. O consumo mundial da energia aparece assim distribuído: metade da energia é gasta na construção, nos transportes e na indústria.A consciência ecológica parece ter acordado mais depressa no que diz respeito ao esgotamento e poluição resultantes da opção feita pelos transportes e pela indústria. Só raramente se colocam problemas ecológicos sobre a opção adoptada no tipo de construção. Assim, só muito recentemente surgiram programas europeus que apelam para uma mudança nos materiais, nos processos construtivos e no método de funcionamento (bioclima, gestão controlada e uso de energias renováveis). O programa francês HQE (Haute Qualité Ambientale - Alta Qualidade Ambiental) está essencialmente a ser usado nas construções públicas especialmente ligadas ao sector educacional.Na Europa, é na Holanda que se verifica uma maior aplicação dum “método de preferência ambiental” e somente agora se avança com o projecto de lançar o programa Thermic, a desenvolver por toda a comunidade europeia, no que diz respeito aos métodos de construção, aos materiais utilizados e às opções energéticas na manutenção climática dos edifícios.O CASO DE PORTUGALAs opções construtivas em Portugal e, sobretudo a política energética defendida, colocam o nosso país numa situação calamitosa. Em muitos aspectos, Portugal tem as melhores condições para uma outra política energética, baseada em energias renováveis (vento, sol, hídrica, biomassa, etc.). Seria de todo o interesse o uso de materiais naturais e saudáveis, biodegradáveis, através de novas tecnologias de construção e processos ecológicos de funcionamento energético e de gestão bioclimática.Começa agora a falar-se na necessidade de se empreenderem grandes mudanças na produção energética. O Ministério do Ambiente refere uma meta: 40 por cento de produção de energias renováveis no consumo para 2010. Contudo, há ainda que analisar a questão do esbanjamento energético e a problemática da utilização de materiais poluentes nas construções em Portugal. É assim urgente uma mudança no ensino da arquitectura e na formação profissional dos quadros ligados à construção civil e às indústrias dos materiais de construção, assim como uma renovação das estruturas empresariais. Aqui ficam as grandes linhas de intervenção de um programa estratégico essencial:- As faculdades de arquitectura terão de iniciar um debate estratégico de desenvolvimento, elegendo outros “modelos” de arquitectura que não serão necessariamente os modelos hegemónicos. A crítica da crítica da arquitectura não se pode desenvolver a partir de aspectos formais. Interessam conceitos que permitam mostrar outras arquitecturas e outras cidades centradas numa perspectiva de desenvolvimento ecologicamente sustentado. Em vez do debate ficar centrado nos gestos estéticos formais, é preciso articular estética e ética e revelar uma forma de habitar diferente, ou seja, mais integrada na renovabilidade energética e na biodegradabilidade.No fundo, a questão central do ensino da arquitectura e do urbanismo é substituir o modelo-máquina pelo modelo-ecossistema.- Pontos de urbanização assentes numa malha policêntrica de pólos urbanos e de sistemas de produção energética descentralizados e renováveis: biodepuradoras; minicentrais multienergéticas (aplicação simultânea de eólicas, colectores solares, biogás, etc.)- Renaturalização da actual paisagem urbana para que a bioclimatização seja realizável. Através de jardins biodepuradores, corredores verdes, bosques, hortas e agricultura biológica urbana articulados com a bioconstrução, desenvolver-se-ão os traços fundamentais do ecourbanismo. A escolha dos materiais de construção é importante. Em vez de betão ou cimento, em exclusividade, pode apostar-se na construção em madeira, cânhamo, aglomerados de bambu, etc.- É também necessário complementar esta ecopólis com ecotransportes.- Estas inovações na arquitectura têm que se inserir numa óptica geral de paisagem como bem público. Daí que os planos para um território devam ser pensados em termos de ecossistemas, para uma melhor distribuição e utilização das águas e das fontes de energias renováveis. O policentrismo urbano impõe-se ao desenvolvimento.Através de um religar de conhecimentos, as universidades deveriam trabalhar no sentido de explicitar uma realidade ecoterritorial articulada com os conteúdos sociais e políticos do ecodesenvolvimento que impõe uma nova forma de pensar. Essa forma de pensar e a ecofilosofia, ou ecossofia, exigem novos comportamentos.

Jacinto Rodrigues [Professor Catedrático da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto]
In revista “Pedra e Cal”, ano VI, n.º 25, Janeiro / Fevereiro / Março 2005

segunda-feira, junho 13, 2005

CURRICULUM VITAE
Resumo

1. Identificação
Nome: António Jacinto Rodrigues
Nacionalidade: Portuguesa
Naturalidade: Luanda
Data Nascimento: 28 de Outubro de 1939
Bilhete de Identidade n.º 5876 de 28.05.1998 do Arquivo de Identificação do Porto
NIF: 134.041.399
Residência: Rua Aparício Barros, nº 714, r/c Esq.º, 4480-731, Vila do Conde
Telefone casa: 252.647.326
Telefone móvel: 968.058.704
Local de trabalho: Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
Telefone: 226.057.100
Fax: 226.057.199

2. Formação Universitária
Graus-Estabelecimentos de Ensino-Classificação-Data
Agregação
Teoria de Arquitectura, Faculdade de Arquitecturada Universidade do porto, 1991
Doutoramento, Fac. Ciências Sociais Humanas
História de Arte, Universidade Nova de Lisboa, Distinção e Louvor, 1986
Licenciatura de Filosofia, Faculdade de Letras da U.P., 14 valores, 1979
Maitrise de L’UER Langues,
Litterature et Civilisations Et., Université de Rennes 2, « Bien », 1974
Maitrise d’Urbanisme, Université de Paris VIII, « Très Bien », 1973
Licence d’Urbanisme, Université de Paris VIII, 1972
Certificat d’Études Supérieures en Sociologie Génerale, Université Paris-Sorbonne, 1967

3. Actividade Docente
Instituições-Ensino-Cargo-Período-Local
Faculdade de Arquitectura, Teoria e Estética, Prof. Catedrático, 1991/2004, Porto/Portugal
Faculdade de Arquitectura, História da arquitectura e Ecologia Urbana, Prof. Associado, Prof. Auxiliar e Agregado, 1986/1991, Porto/Portugal
Escola Superior de Belas Artes do Porto; Organização do Território e História de Arte, Assistente, 1975/1981, Porto/Portugal
École Sup. D’Architecture, Doctrines Urbaines, Professeur, 1973/75, Rennes/França,
Université de Picardie, Sociologie Urbaine, Chargé de Cours, 1972/74, Amiens/França

4. Participação em Júris e Orientação de teses
Participou, como arguente, em diversos júris de pós graduação
Teses de Mestrado
Teses de Doutoramento
Provas de Agregação
Participou em Júris de Concurso para Professor Associado
Orientador de Dissertações de Mestrado
Orientador de Teses de Doutoramento

5. Comunicações
Participou em inúmeras conferências, congressos e mesas-redondas, em Portugal e no estrangeiro (Suécia, Suíça, República Checa, Inglaterra, Rússia, Alemanha, França, Espanha, Itália).
Foi entrevistado diversas vezes pela imprensa, rádio e televisão.
Participou também em diversos seminários, nomeadamente na FAUTL, no ISA, na Universidade de Évora, Universidade da Beira Interior, Universidade da Corunha, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Escola Superior Educação Jean Piaget, Escola Superior Arquitectura Porto, Escola Superior Arte e Design, etc.

6. Comissário de Exposições e Conferências
Vida e Obra de M.A.G. Himalaya – Autor desta exposição, com o apoio da C.C.R.N.,
Fundação para a Ciência e Tecnologia e Cooperativa
Árvore – 1999
Ciclo de Conferências “Norte-Desnorte” – Comissário deste ciclo de conferências organizadas
pela Cooperativa Árvore – 1996
Arte, Natureza e Cidade – Comissário desta exposição, organizada pela Cooperativa Árvore
com o apoio da Câmara Municipal do Porto – 1993
Cem Anos de Arte no Porto – Comissário desta exposição, organizada pela Cooperativa Árvore
e realizada no Mercado Ferreira Borges, com o apoio da Câmara
Municipal do Porto – 1992
Arquitectura Orgânica – Responsável, em Portugal, por esta exposição internacional, realizada
na Casa das Artes - Secretaria de Estado da Cultura, Porto – 1991
Bauhaus – Autor desta exposição, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Goethe
Institut do Porto - 1986
Ecologia – Em colaboração com a Cooperativa Árvore e o GAIEP - 1976

7. Livros com vários autores
Prefácio ao romance de Porfírio da Silva “Ermida”, Garrido Editores, Junho de 2003
Introdução e texto sobre o Santuário de Santo António em Vale de Cambra, in Agostinho Ricca, Ed. Civilização e Ordem dos Arquitectos, Porto, Abril de 2001
Uma filosofia para a regionalização, in Cadernos do Convento, nº 1, V. Nova Cerveira, Nov. 1998
Cassiano Branco na concepção do Coliseu do Porto, in Cassiano Branco, uma obra para o futuro, Ed. Asa, C.M. de Lisboa, Pelouro da Cultura, 1991
Texto de apresentação, in História da Arte Larousse, Ed. Civilização, Porto, 1990
Carta-poema, na Antologia organizada por Manuel Ferreira – No Reino de Caliban II, Plátano Ed., 1988
Architecture de la periode Stalinienne, de Anatole Kopp, Ed. Presses Universitaires de Grenoble, EBA, 1978
Força Nova, poemas, Antologia, Ed. Luanda, Angola, 1959

8. Livros Publicados
A Conspiração Solar de M.A.G. Himalaya, esboço biográfico dum pioneiro da ecologia, Ed. Árvore, Porto, 1999
O Projecto como Processo Integral na Arquitectura de Álvaro Siza, F.A.U.P., Publicações, Porto, 1996
Arte, Natureza e Cidade, Ed. Árvore-C.M.P., Porto, 1993
Ecodesenvolvimento, Arte, Urbanismo e Arquitectura, Ed. Horizonte das Artes, Vila Nova de Cerveira, 1993
Álvaro Siza-Obra e Método, Ed. Civilização, Porto, 1992
Cem Anos de Arte no Porto, Ed. Árvore, Porto, 1992
A Arte e a Arquitectura de R. Steiner, Ed. Civilização, Porto, 1990
A Bauhaus e o Ensino Artístico, Ed. Presença, Lisboa, 1989
Ecologia, Ed. Árvore, Porto, 1982
Viva Reich, Ed. Afrontamento, Porto, 1982
Urbanismo-Uma prática social e política, Ed. Limiar, Porto, 1976
Frente Cultural, Ed. Afrontamento, Porto, 1976 (1ªEd.), 1981 (2ºEd.)
Utopia, Espaço & Sociedade, Imp. Faculdade de Engenharia U. Porto, 1979
Urbanismo y Revolucion, Ed. Blume, Madrid, 1979 (trad.)
Perspectivas sobre a Comuna e a 1ª Internacional em Portugal, Ed. Slemes, Lisboa, 1976
Le Bauhaus et as Signification Historique, Ed. Hatier, Paris, 1975
Urbanismo e Revolução, Ed. Afrontamento, Porto, 1975 (trad.)
Urbanisme et Revolution, Ed. Universitaires, Paris, 1973

9. Artigos publicados
As invenções solares do Padre Himalaya recordadas cem anos depois, entrevista, in Jornal Público, Ciências-Sociedade, 29 de Maio de 2004
O Padre dos Mil Inventos, referência ao livro, filme e exposição de Jacinto Rodrigues sobre o Padre Himalaya, in Jornal Expresso, revista Actual, nº 1648, de 29 Maio de 2004
Notas para uma estratégia de Ecopolis, in Jornal A Página da Educação, nº 134, Maio de 2004
Portugal atrasado na organização territorial –II, in Jornal A Página da Educação, nº 132, Março de 2004
Olhares sobre o território, in Jornal URBI - Universidade da Beira Interior, nº 4, Janeiro de 2004
Portugal atrasado na organização territorial-I, in Jornal A Página da Educação, nº 130, Janeiro de 2004
Portugal e o Desenvolvimento ecologicamente sustentável, in A Obra Nasce, Revista de Arquitectura e Urbanismo da Universidade Fernando Pessoa, 2004
A alternativa da agricultura urbana, in Revista Arquitectura e Vida, nº44, Dezembro de 2003
Agricultura urbana alternativa à decrepitude das metrópoles, in Jornal Miradouro, ano XLI, 12 Dezembro de 2003
Guerrilha verde nas cidades, in Jornal A Página da Educação, nº 128, Novembro de 2003
Guerrilha verde nas cidades, in Jornal Miradouro, Ano XLI, 14 de Novembro de 2003
Um Parque para uma cidade mais educativa e mais ecológica, in Jornal A Página da Educação, nº 127, Outubro de 2003
Entrevista ao jornal Público-Revolução Ecológica no Parque da Cidade-Local-Porto, 7 de Setembro de 2003
Entrevista ao jornal francês L’Independant - Pyrenees Orientales, nº 147, 21 de Junho de 2003
Crítica da crítica da arquitectura, in Revista Anual de Arquitectura Linha de Terra, nº 1, Maio de 2003
Crítica da Crítica da Arquitectura, in Revista Arquitectura e Vida, nº 38, Maio de 2003
Geopolítica, a guerra e o território, in Revista Arquitectura e Vida, nº 36, Março de 2003
Pensamento Político e Território, in Jornal A Página da Educação, nº 120, Fevereiro de 2003
O desenvolvimento ecologicamente sustentado, alternativa ao capitalismo na era da globalização, in Actas do VI Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, Ed. FLUP, Vols. I e II, 2002
O Direito à Nova Cidade, in Jornal A Página da Educação, nº 118, Dezembro de 2002
Em Visita ao Vale do Emscher, in Revista Arquitectura e Vida, nº 33, Dezembro de 2002
Uma escola Eco-sustentável, in Revista Arquitectura e Vida, nº 31, Outubro de 2002
A África e o Desenvolvimento Ecologicamente Sustentável, in Cadernos de Economia, Jul/Setº 2002
Introdução ao catálogo da exposição “Beijos e Gaiolas”, de João Sá, Maio-Junho de 2002
O Sentido do Desenho de Arquitectura em Troufa Real, in Catálogo da Exposição “Riscos”, de Troufa Real, Cooperativa Árvore, Maio/Junho de 2002
Escultura social e ecológica no parque da cidade, in Jornal A Página da Educação, nº 112, Maio de 2002
Repensar o Território, in Revista Arquitectura e Vida, nº 26, Abril de 2002
Repensar o território para intervir na mudança da cidade, in Jornal A Página da Educação, nº 110, Março de 2002
Ética, estética e território, in Revista Arquitectura e Vida, nº 23, Janeiro de 2002
Joseph Beuys, um filósofo na arte e na cidade, in Revista Millenium, Ano 6, Janeiro 2002
O Priscilianismo – Mitos e Factos numa peregrinação entre a luz e as trevas, in Boletim Cultural da Póvoa de Varzim, Vol. XXVII, Ed. Câmara Municipal Póvoa de Varzim, 2002
O jardim Planetário ou a eco-utopia do séc. XXI–teses para o eco-urbanismo, in Revista EPISTEME, Revista Multidisciplinar da Universidade Técnica de Lisboa, Ano III,nº7/8/9, 2001
Mutations, in Jornal A Página da Educação, nº 108, Dezembro de 2001
Aprender com a experiência ecológica da cidade de Curitiba, in Falcão do Minho, 22 de Novembro de 2001
Uma carta inédita do Padre Himalaya, in Falcão do Minho, 8 de Novembro de 2001
O sentido da vida e obra do arquitecto Agostinho Ricca, in Falcão do Minho, 18 de Outubro de 2001
Dr. José Crespo - um ilustre médico e escritor de Viana do Castelo, in Falcão do Minho, 11 de Outubro de 2001
3 Crónicas do ano 2008 para o Jornal A Página, in Jornal A Página da Educação, nº 103, Junho de 2001
O Despertar, in Jornal A Página da Educação, nº 103, Junho de 2001
O paradigma em transição, in Revista Arquitectura e Vida, nº 17, Junho de 2001
Referência à publicação do livro sobre Agostinho Ricca, in Revista Arquitectura e Vida, nº 16, Maio de 2001
Desenvolvimento ecologicamente sustentado, in Jornal A Página da Educação, nº 102, Maio de 2001
Joseph Beuys, um filósofo na arte e na cidade, in Jornal A Página da Educação, nº 101, Abril de 2001
O paradigma em transição – o mercado e o ensino da arquitectura e do urbanismo, in Jornal A Página da Educação, nº 100, Março de 2001
Universidade Experimental do Meio Ambiente, in Jornal A Página da Educação, nº 97, Dezembro de 2000
Movimento de eco-aldeias, in Jornal A Página, Novembro 2000
Planetarização versus globalização, in Jornal A Página, Outubro 2000
Exercícios para a Transmutação Artística dum Destino, in “10 Pinturas 10 Olhares”, Catálogo de Exposição de António Quadros Ferreira, Setembro/Outubro de 2000
A arquitectura como arte total - O santuário de Santo António em Vale de Cambra, in Revista Arquitectura e Vida, nº 6, Julho 2000
A falácia da co-incineração, in Jornal A Página, Julho 2000
Alternativas ecológicas para o Porto 2001, (entrevista) in Jornal A Página, Julho 2000
Uma experiência pedagógica em torno do Porto 2001, in Jornal A Página, Junho 2000
A política da política, in Jornal A Página, Abril 2000
Não é este o modelo civilizacional que queremos, (entrevista) in Jornal A Página, Março 2000
A conspiração solar do padre Himalaya, in Jornal A Página, Fevº 2000
Que alternativas para a cidade do Porto ?, in Jornal A Página, Dezembro 1999
Sorède a-t-il été le 1er site experimental d’un four solaire ? (entrevista), l’Indépendant Catalan, 3 Maio 1999
A água no imaginário da urbanidade, in Jornal A Página, Março 1999
A co-incineração e a nova tecnologia tecnocrática, in Jornal de Notícias, Fevereiro 1999
Ribeiras podem ser depuradoras naturais, (entrevista) in Jornal de Notícias,31 Janeiro 1999
A consagração de Souto Moura-esclarecimentos, in Jornal de Notícias, 24 de Janeiro de 1999
A discussão televisiva sobre as cimenteiras, in Jornal de Notícias, 19 Janeiro 1999
O Rio no Imaginário da Urbanidade, in Actas do 1º Fórum Internacional de Urbanismo, Vila Real, Janeiro 1999
A consagração de Souto Moura, in Jornal de Notícias, 14 Janeiro 1999
Aprender com a experiência urbana de Curitiba, in Revista GEHA, nºs 2/3, FAUTL, 1999
As cimenteiras e os lixos tóxicos, in Jornal de Notícias, 9 Janeiro 1999
Aprender em Curitiba, in Jornal A Página, 1 Janeiro 1999
O Trapezista Azul ou Metáfora sobre o Elo Reversível da Dialética Senhores/Escravos, in Programa Teatro Campo Alegre/Seiva Trupe, “O estranho caso do trapezista azul”, de Mário Cláudio, 1998
A universidade por Portas travessas, in Jornal de Notícias,18 Dezembro 1998
Uma Filosofia para a regionalização, in Cadernos do Convento, nº1, Novembro 1998
Visão antropológica das construções em madeira, in Revista da F.A.U.T.L., nº 1, Julho 1998
Um génio pioneiro esquecido, (entrevista) in Jornal de Notícias,13 Junho 1997
Himalaya e o bicentenário da passarola, in Jornal de Notícias, 30 Junho 1997
O P. Himalaya e os explosivos, in Revista Um Olhar sobre o Barreiro, nº5, III série, 1997
Apresentação do Catálogo de Exposição “Alguns Bronzes, Alguns Desenhos” de José Rodrigues, Alfândega da Fé, 1997
Gaia por Portas travessas ou o urbanismo dos shopings, in Jornal de Notícias, 15 Novembro 1996
Viana de Lima, Um Modernista que seguiu Le Corbusier, (entrevista) in Jornal de Notícias, 13 Novembro 1996
Viana de Lima, O Modernista Sentido, in Jornal Expresso, Outubro 1996
Revolta contra o sismo, in Jornal de Notícias,29 Outubro 1996
Faculdade de Arquitectura do Porto - Desleixo e falta de verbas ameaçam obra de Siza Vieira (entrevista), in Jornal de Notícias, 1996
Recados breves e urgentes, in Jornal de Notícias, 11 Outubro 1996
Requiem para o sismo científico no norte, in Jornal de Notícias, 26 Julho 1996
Um lugar para a pedagogia, in Jornal de Notícias, 12 Julho 1996
A urgente paixão pela educação, in Jornal de Notícias, 28 Junho 1996
Utopia para o século XXI, in Jornal de Notícias, 21 Junho 1996
Portugal, as regiões, a europa e a lusofonia, in Jornal de Notícias,7 Junho 1996
Teixeira de Pascoaes e o socialismo libertário, in Revista Entremuros, nº 2, 1996
O Priscilianismo, in Revista Ágora, Maio 1996
Uma filosofia para a regionalização, in Jornal de Notícias,12 Abril 1996
Autonomia, pluralismo e cidadania no ensino, in Jornal de Notícias, Março 1996
Uma universidade pública e prestigiada precisa-se – 2, in Jornal de Notícias, 1 Março 1996
Uma universidade pública e prestigiada, precisa-se – 1, in Jornal de Notícias, 23 Fevereiro 1996
Mário Cal Brandão: Um homem, um caminho e uma vida, in Jornal de Notícias, 16 Fevereiro 1996
Le premier four solaire européen ? (entrevista) in Jornal l’Indépendant, Special Samedi, Fevrier 1996
O gesto paciente da criação, in brochura Prémio Secil de Arquitectura 1996, public. Secil e Associação dos Arquitectos Portugueses, 1996
Uma grande festa da Árvore, in Jornal de Notícias,15 Dezembro 1995
As megacidades, in Jornal de Notícias, 8 Dezembro 1995
Um romance para esta faculdade, in Jornadas Pedagógicas A.E.F.A.U.P., 1995
Ecologias em Viseu, in Jornal de Notícias, 1 Dezembro 1995
Um santuário de gravuras, ecologia e cultura, in Jornal de Notícias,17 Novembro 1995
Carta à Ministra do Ambiente, in Jornal de Notícias, 10 Novembro 1995
Ecologia precisa-se na Universidade do Porto, in Jornal de Notícias, 8 Setembro 1995
Ecodesenvolvimento para o santuário rupestre do Côa, in Jornal de Notícias,1 Setembro 1995
Convento da Orada-Monsaraz, in jornal Arquitectos, nº 147, 1995
Urbanismo Sustentável, in Jornal de Notícias, 25 Agosto 1995
Futuro Imaginado de Portugal, in Jornal de Notícias,28 Julho 1995
Ecopolis em Monção, in Jornal Semanário,17 Junho 1995
Portugal: do reflexo histórico ao futuro imaginado, in Jornal de Notícias, 9 Junho 1995
Formação, Investigação e Acção, in Jornal de Notícias, 31 Março 1995
Projecto do Convento de Orada-Monsaraz, in Jornal Arquitectos, nº 147, 1995
Negócio de Lixo, in Jornal de Notícias,17 Março 1995
Ecodesenvolvimento e Emprego, in Jornal de Notícias, 3 Março 1995
Ecologia e Ensino, in Jornal de Notícias, 24 Fevereiro 1995
Phil Hawes e a Biosfera 2, in Jornal de Notícias,10 Fevereiro 1995
Cidade ensina a Universidade, in Jornal de Notícias,20 Janeiro 1995
P. Himalaya-Pioneiro do desenvolvimento ecológico, in Revista Límia, nº 13, 1995
As malhas do centralismo, in Jornal de Notícias,25 Dezembro 1994
Teias da segurança, in Jornal de Notícias,16 Dezembro 1994
O Porto no ano 2000, in Jornal de Notícias, 9 Dezembro 1994
O mapa cor de laranja, in Jornal de Notícias,2 Dezembro 1994
Os mil milhões para limpezas. Reflexões sobre o plano nacional de política do ambiente, in Jornal de Notícias, 22 Novembro 1994
Inventar Portugal, in Jornal de Notícias, 2 Novembro 1994
Padre Himalaya, Pioneiro do desenvolvimento ecológico, in Revista Um Olhar sobre o Barreiro, Novembro 1994
Por este Douro acima: o sentido ecosocial de uma viagem, in Jornal de Notícias,24 Setembro 1994
Arquitectura do Porto: Obra de Álvaro Siza de novo ameaçada, in Jornal de Notícias, 19 Agosto 1994
Opções técnicas e poluição, in Jornal de Notícias, 12 Agosto 1994
Da guerra da água ao desenvolvimento ecológico, in Jornal de Notícias, 5 Agosto 1994
Ecodesenvolvimento. Uma agricultura biológica integrada, in Jornal de Notícias, 22 Julho 1994
Tráfego, poluição e desemprego, in Jornal de Notícias, 15 Julho 1994
Contra o ecocídio do plano hidrológico espanhol, in Jornal de Notícias, 1 Julho 1994
O que pode fazer um autarca pelo Porto, in Jornal de Notícias, 24 Junho 1994
Padre Himalaya, pioneiro do desenvolvimento ecológico, in Jornal de Notícias, 10 Junho 1994
Do fundo do poço ao Portugal do futuro, in Jornal de Notícias,27 Maio 1994
A morte no campo, in Jornal de Notícias,7 Maio 1994
Sociedade e Território, in Jornal de Notícias, 22 Abril 1994
Uma política de educação para o futuro, in Revista Nova Renascença, 1994
Ecologia política, in Revista IDEA, Abril 1994
Artistas querem intervir na cidade (entrevista), in Jornal Público, 8 Julho 1993
Artistas de Trás-os-Montes, catálogo, Êd. Árvore, 1993
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O Forum Europeu para a liberdade na educação e a ideia de Escola Livre, in Jornal O Público, 27 Março 1993
Linhas de Orientação para uma prática social ecológica, in Revista Combate, Janeiro 1993
Encontro nacional sobre urbanismo e planeamento, (entrevista) in Jornal O Primeiro de Janeiro 10 Julho 1992
Semana Cultural na Casa das Artes, in Jornal de Notícias, 11 Fevereiro 1992
Há excesso de intelectualismo no mundo, (entrevista), in Jornal Público,10 Fevereiro 1992
Joseph Beuys e a antroposofia, in Jornal de Notícias, 26 Janeiro 1992
Euritmia, arte e movimento, in Jornal de Notícias, 23 Janeiro 1992
Makovecs, um arquitecto organicista, in Jornal de Notícias, 2 Janeiro 1992
O Banco NMB e a arquitectura orgânica, in Jornal de Notícias,25 Dezembro 1991
Arquitectura orgânica a descobrir na Casa das Artes (entrevista) in Jornal de Notícias, Dezembro 1991
Para uma nova forma de intervenção no meio rural transmontano (entrevista), in Jornal O Comércio do Porto, 6 Setembro 1991
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Paulo Neves: Mensagem na madeira, in Jornal de Notícias, Dezembro 1990
Erich Consemuller, in Jornal de Notícias, Novembro 1990
Álvaro Siza no Chiado-Criação inspirada na História, in Jornal de Notícias, 10 Maio 1990
A degradação qualitativa do ambiente tem custos sociais elevadíssimos (entrevista), in Jornal O Primeiro de Janeiro, 15 Abril 1990
Álvaro Siza – um pós-modernista da resistência, in O Diário, 1989
Ponto de Vista, in Revista Unidade, ªE.F.ªU.P., nº 2, Novembro 1989
Um artista em cada homem-objectivo para a educação no ano 2000, in Jornal de Notícias, 20 Junho 1989
A arte e a arquitectura – monumentos de Catalaá-Darpeix, in Jornal de Notícias, Abril 1989
Revisitar a Bauhaus, in Jornal de Notícias,4 de Abril 1989
O Centro cultural da S.E.C., no Porto, do arquitecto Souto Moura – O vernáculo tornado neo-moderno, in Jornal de Notícias, 7 Fevereiro 1989
Teoria da metamorfose Ciência – Arte, na arquitectura de Álvaro Siza, in Jornal de Notícias,1 Novembro 1988
Siza Vieira e a beleza que nos circunda – a Faculdade de Arquitectura do Porto, in Jornal de Notícias, 25 Outubro 1988
Esquisssos de viagem de Álvaro Siza, in Jornal de Notícias, 21 Junho 1988
Rudolf Steiner e a noção de obra de arte total, in Jornal de Notícias,10 Maio 1988
Na Rota da Utopia (entrevista), in Jornal de Notícias, 6 de Maio de 1988
Rudolf Steiner e a concepção antroposófica da arte, in Jornal de Notícias,3 Maio 1988
Uma escultura de Zulmiro de Carvalho, in Jornal de Notícias, 5 Abril 1988
Cadeia da Relação do Porto: reconquista e metamorfose de uma imagem, in Jornal de Notícias, 8 Março 1988
A renovação urbana cautelosa e o significado das intervenções de Álvaro Siza em Berlim, in Jornal de Notícias,1 Março 1988
A propósito da Exposição de Bordéus-cidade da Pedra, in Jornal de Notícias, 16 Fevereiro 1988
Alcino Soutinho – Uma Obra para a história da arquitectura, in Jornal de Notícias, 5 Fevereiro 1988
ALFÈ – A cooperativa que veio da proveta, (entrevista) in Jornal de Notícias, Dezembro de 1985
Formação ministrada pelo I.A.O. veiculará riqueza cultural (entrevista) in Jornal de Notícias, Dezembro 1985
Instituto de Artes e Ofícios irá “revolucionar” Terra Quente (entrevista) in Jornal de Notícias, Novembro 1985
A herança da Bauhaus na RDA, in Jornal de Letras, Artes e Ideias, nº 29, ano II, Março 1982
Eco-política, in Arte e Opinião, nº 13, 1981
Projecto de ecodesenvolvimento, in Arte e Opinião, nº 11, 1980
Sociedade, pedagogia e espaço, in Arte e Opinião, nº 10, 1980
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Ecologia e ecologias, in Jornal de Notícias, 19 Dezembro 1979
A Casa Familiar, in Jornal de Notícias,9 Outubro 1979
O Corpo, in Jornal de Notícias, 25 Setembro de 1979
Contra os dois modelos dominantes: escola autocrática e escola libertária, in Jornal de Notícias, 18 Setembro 1979
Utopia, Espaço e Sociedade, in Raiz e Utopia, nº 7/8, Outubro 1978
Energias livres – renovar a vida modificar o homem, (entrevista) in O Século Ilustrado, 1977
A casa autónoma - uma experiência exemplar, in O Século Ilustrado, nº 2027, Fevereiro 1977
Ordenamento territorial – França (2ª parte), in Boletim nº 2 ESBAP, Dezº 1977
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Maiakovsky, poeta da revolução, in Boletim nº1 ESBAP, Fevº 1977
Um estranho sábio português-o Padre Himalaya, in O Século Ilustrado, nº 2021, 1976
Escola Comunitária-programa para uma comuna escolar, in Revista O Animador(?) 1976(?)
Alzira, pão da vida, in Boletim Cultural Árvore, Janeiro 1976
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Inventar o Futuro, in Comércio do Funchal, 18 de Janeiro de 1973
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Para uma estética humanista, in Inicial, nº 43, ano XIX, 1961
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